Descobrir novos cantinhos no Porto é sensacional, mas para a nossa sorte moramos muito perto de várias outras cidades deliciosas de explorar e aqui na coluna “Pé na estrada” a gente vai mostrar um pouco das nossas viagens. Conforme a Renata contou no post do cotidiano dela de março ela esteve em Lisboa e irá contar como foi a ida dela para a capital de Portugal.
Como chegar
Portugal é um país pequeno e são apenas 314 km de distância entre as suas principais cidades. Você pode ir para Lisboa de carro (as estradas são ótimas e muito bem sinalizadas) avião ou trem/comboio. A gente costuma ir mesmo de comboio que é super confortável, rápido e tem saída praticamente de hora em hora. Sempre que possível optamos pelo Alfa Pendular que é o comboio mais rápido e confortável que faz a ligação até Lisboa, nele a viagem dura 2h35. Confira aqui os preços e horários.
Dia 1 – Domingo
Essa não era a minha primeira vez em Lisboa, no entanto mais de 10 anos se passaram desde a última vez que estive na cidade e eu sabia que muita coisa mudou, tanto em mim quanto na cidade. Além disso, a minha viagem era a trabalho, eu tinha dois ensaios fotográficos agendados na segunda-feira, então optei por pegar o comboio bem cedo no domingo para poder aproveitar o dia livre. Fiquei hospedada na casa dos meus amigos Priscila e Rafael do Cultuga e depois de deixar a bagagem na casa deles saí para andar pela cidade. Seguindo a indicação deles, que sabem tudo sobre Lisboa, comecei o meu passeio pelo Miradouro do Parque Eduardo VII, que tem uma linda vista sobre a cidade.
Dali, fui descendo em direção à Avenida da Liberdade, onde tive a sorte de esbarrar em uma feirinha de artesanato e antiguidades que acontece todo 2º fim de semana do mês. Ela fica do lado direito de quem desce e se estende por quase toda a avenida.
Cruzei o monumento dos Restauradores, parei para admirar a estação de comboio do Rossio e a sua praça repleta de árvores indicando o começo da primavera com a folhagem verde clarinho!
Continuei o meu caminho em direção à Praça do Comércio, onde aproveitei as lindas arcadas que circundam a praça para me proteger do sol que reflete por todo o lado nessa praça seca e de piso claro. Indico para todos o passeio por elas, torna o caminho em direção ao Cais das Colunas muito mais agradável! Confesso que por mais bonita que seja a praça do Comércio, escalas monumentais, pessoalmente, não me encantam.
No entanto logo a seguir, cheguei num dos momentos mais agradáveis do meu dia! Sentir a brisa refrescante vinda do rio Tejo, que de tão largo mais parece um mar do que um rio, e admirar as várias gaivotas voando e pousando constantemente ao meu redor, me fez ficar por ali uns 30 minutos descansando e fotografando essas lindezas ❤
E almoçar Renata? Não se come nessa viagem? A essa hora do dia já estava no meio da tarde e cheia de fome! A Priscila já tinha me dado a dica de ir ao Mercado da Ribeira mais conhecido como o Mercado da Time Out e então caminhei a partir do Cais das Colunas por toda a Ribeira das Naus e cheguei lá. O conceito desse mercado reúne, segundo eles mesmos definem no site, “apenas as melhores ideias e negócios de Lisboa – de acordo com a equipe editorial. Se é bom vem na revista, se é ótimo vai para o mercado. 24 restaurantes, 8 bares, mais de uma dezena de espaços comerciais e uma sala de espetáculos, tudo com o melhor de Lisboa (o melhor bife, o melhor hambúrguer, o melhor sushi, …) acompanhados por alguns dos vendedores de carne, peixe, fruta e flores mais conhecidos (e antigos) da cidade.”
Sai do mercado pelo Jardim Dom Luis, caminhei até a rua São Paulo e peguei o autocarro 714 até a paragem chamada Calvário que fica a poucos metros do meu destino: LXFACTORY, lugar que eu mais queria conhecer nessa viagem, fica logo embaixo da Ponte 25 de abril.
A LXF é uma ilha criativa instalada numa antiga área industrial que estava abandonada e hoje é ocupada por empresas e profissionais nas áreas da moda, publicidade, comunicação, multimídia, arte, arquitetura, música, etc. Gerando uma dinâmica onde vive-se o ambiente industrial e que tem atraído inúmeros visitantes a esta zona de Alcântara.
Aos domingos é um dia legal de passear lá, porque além dos cafés e lojas super legais pra visitar, tem uma feirinha de roupas, artesanato e também a LX rural, um mercado de produtores locais.
Lá conheci a Bulukinha, uma marca de brasileira de Minas Gerais que tem um trabalho super legal de bordado. Fiquei especialmente encantada com o bastidor representando o Brasil e Portugal, e ela me contou que fez para representar a mudança dela de pais, fiquei desejando um igual!
Dia 2 – Segunda-feira
Nesse dia eu tinha um tempo livre entre os dois ensaios e queria visitar o Chiado e Alfama. Optei por começar pelo Chiado e como estava na praça do comércio fui até a rua Nova do Almada onde comecei a subir em direção ao Largo do Carmo. De lá fui andando pela rua Garret até o Largo Chiado onde fiquei um tempo vendo o movimentos das pessoas e dos elétricos, sempre a passar!
Seguindo outra dica do casal Cultuga, tentei almoçar no restaurante das Flores, na rua de mesmo nome. Cheguei na porta adorei o menu do dia e os preços, no entanto o local já estava lotado e só conseguiriam uma mesa pra mim se eu aguardasse 1h, e me informaram que o ideal é fazer a reserva antes. Decidi segurar a fome e continuar o passeio até a Alfama, onde tinha a indicação de outro local para comer.
Chegar na Alfama pode parecer mais difícil do que realmente é quando se tem a dica certa de locais. O Rafael e a Priscila ensinam direitinho no final desse post sobre o Castelo de São Jorge como fazer para chegar de forma prática através de dois elevadores gratuitos até o coração da Alfama.
Na minha lembrança das outras vezes que estive em Lisboa o Castelo era o que tinha mais nítido e por isso optei por não visitá-lo dessa vez. No entanto fui em dois miradouros com vistas lindas para a cidade, o do chão do Loureiro e o de Santa Luzia.
De lá fui em busca de mais uma dica dos meus anfitriões, o restaurante O Eurico, mas me perdi pelas ruelas da Alfama e já faminta fui parar em frente a uma filial da A Padaria Portuguesa, uma rede de padarias que tem em quase toda esquina de Lisboa e é deliciosa! Comi um pão com chouriço e uma bola de Berlim e estava pronta pra finalizar o dia com o segundo ensaio, super especial de 4 gerações de mulheres de uma mesma família que ainda por cima tem o sobrenome Lisboa!
Depois do ensaio, foi o tempo de buscar a mala nos amigos e ir em direção a moderna estação do Oriente para pegar o meu comboio de volta para o Porto.
Observação: na programação que tinha planejado ficou faltando uma visita ao MAAT, o novo Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia. Cheguei a passar na porta depois da LXF, mas para a minha decepção estava fechado para obras e mudança de exposições. Agora ele já reabriu e quem for a Lisboa não pode deixar de incluir uma visita a esse novo espaço quando programar o dia em Belém.
2 thoughts on “Pé na estrada: 2 dias em Lisboa”